Ancestralis
Ancestralidade, Natureza

Povos Originários

Ancestralis, 2 anos atrás | 3 min de leitura

A Amazônia é habitada por uma grande diversidade de povos indígenas que vivem na região há milhares de anos. São cerca de 400 povos indígenas diferentes, que falam mais de 150 línguas e representam mais de 60% da população indígena do Brasil. Esses povos indígenas têm uma relação profunda e ancestral com a floresta, e dependem dela para sua subsistência e modo de vida. Eles possuem um vasto conhecimento tradicional sobre o uso sustentável dos recursos naturais da região e sobre a biodiversidade da floresta.

No entanto, os povos indígenas da Amazônia enfrentam muitos desafios, incluindo a perda de territórios para atividades como desmatamento, mineração, agropecuária e construção de hidrelétricas. Além disso, eles sofrem com a violência, a discriminação e o racismo, e têm seus direitos humanos e territoriais violados.

Infelizmente, a Amazônia é um dos biomas mais ameaçados do mundo, com muitas espécies em extinção ou em risco de extinção. A preservação da Amazônia e a garantia dos direitos dos povos indígenas são fundamentais para a proteção da biodiversidade e para o equilíbrio do planeta. É importante valorizar e respeitar a cultura e a sabedoria desses povos, reconhecendo sua importância para a manutenção da floresta e para a construção de um futuro mais justo e sustentável.

Cada língua expressa uma compreensão de mundo, uma forma própria de narrar as experiências da vida.

 

Neste território que veio a se chamar Brasil, sempre existiu uma diversidade de línguas e povos, mas isso nunca foi ensinado nas escolas. Aprendemos que houve descoberta, em vez de invasão. Estima-se que antes de 1500, havia mais de mil povos indígenas, e hoje restam cerca de 305 que mantêm vivas mais de 175 línguas. As relações entre os povos indígenas e os colonizadores europeus foram permeadas por uma dinâmica de violência evidente que se desenvolveu durante séculos pela imposição de uma única visão de mundo, de uma única língua, e de uma única noção de território.

Nesse processo, muito se perdeu, e mesmo hoje, por causa da pressão da língua nacional dominante, do domínio socioeconômico e político, do desrespeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais, as línguas indígenas continuam em risco de desaparecimento. Como dimensionar a morte de centenas de línguas? A perda de uma língua é o fim de um mundo. Essa violência que nunca foi aceitável, mas persiste, não pode mais ser tolerada. É urgente repensar as relações entre as ditas “civilizações”. Afinal de contas, quem civiliza quem? É fundamental entendermos os povos originários como protagonistas, não mais como coadjuvantes da história, e nos sensibilizar com as memórias presentes em suas diferentes narrativas, reconstruindo nossas relações de vida para o bem-estar das futuras gerações.”

Relacionados